A linguagem fotográfica se confunde um pouco com composição, pois há elementos em comum. O efeito de linguagem pode ser obtido com elementos como sombra, textura, linha, grafismo e cor, além de recursos técnicos aplicados à criação artística, como foco, velocidade e corte.
Desde uma bela paisagem até um simples garfo podem ser matéria para uma foto inspirada.
O foco e a profundidade de campo, por exemplo, servem para dar maior nitidez ao primeiro plano ou ao objeto principal da composição. Mas também são aliados fantásticos para fugir da "poluição visual" que muitas vezes estraga uma boa foto.
Desde uma bela paisagem até um simples garfo podem ser matéria para uma foto inspirada.
O foco e a profundidade de campo, por exemplo, servem para dar maior nitidez ao primeiro plano ou ao objeto principal da composição. Mas também são aliados fantásticos para fugir da "poluição visual" que muitas vezes estraga uma boa foto.
- Sombra - Para ter sombra deve se ter luz. Este elemento se mostra um magnífico aliado para a criatividade. Pode-se enriquecer uma foto de uma árvore com a sombra de seus galhos projetada sobre o asfalto ou uma janela com a sombra de grades, criando um efeito gráfico interessante. A incidência de luz "dura" (como a do sol, principalmente das 10h às 15h) favorece a presença de sombras, criando a dramaticidade característica deste tipo de elemento de linguagem. Uma luz por trás do assunto ou objeto pode criar uma contraluz proposital que dê a impressão de um clima mais denso para a imagem. Pode-se usar tochas de iluminação de forma a criar uma luz mais agressiva.
- Grafismo - Linhas, sombras, curvas, cor... Estes elementos, em conjunto ou isoladamente, criam um efeito por vezes abstrato e plástico que despertam a atenção do olhar. Há inúmeras possibilidades de criação usando-se a linguagem do grafismo. O detalhe da sombra de uma grade sobre uma superfície de textura diversificada. O fotógrafo que se aventura a este tipo de fotografia deve ter muita atenção a detalhes arquitetônicos. O grafismo pode ser buscado tanto numa pequena textura com a ajuda de
um filtro close up como num elemento distante, utilizando-se a teleobjetiva. Até a "poluição" visual urbana pode ser usada a favor da criatividade.
- Cor - A cor funciona muito com um bom contraste entre o fundo e o elemento principal. Implica em saber utilizar a principal regra de composição, a de simplicidade. Nela, o que interessa é criar uma imagem com poucos elementos, limpa e sem poluição visual. É muito importante saber escolher o tema e trabalhar os detalhes. Fundamental também é fazer a revelação num bom laboratório, para que a cor não seja "falseada" na hora de ver os resultados. O fotógrafo deve "sentir" a cor no momento do enquadramento, perceber o contraste e saber combinar cores "frias" (verde, violeta, azul, roxo, celeste e cinza) e as "quentes" (vermelho, amarelo, marrom, laranja...). É importante fugir do excesso para que a imagem seja equilibrada e não um carnaval de cores. Em alguns casos, recomenda-se o uso do filtro polarizador para evitar reflexos indesejáveis e para ressaltar a força e luminosidade das cores.
- Reflexo - Nesta foto, vê-se o reflexo num riacho, próximo a um castelo. Se a imagem for virada ao contrário, por um momento pode-se achar que está na posição certa. A luz cristalina de um final de tarde de outono empresta à foto uma tonalidade excepcional, que cria a sensação de que a torre se vê num espelho. A luz "dura" também é favorável ao trabalho com reflexos, que pode ser encontrado em mais coisas do que podemos imaginar, como vidros, vitrines, janelas, latarias, poças d'água, lagoas, prataria... Seu uso serve para criar boas e insólitas composições.
- Textura - Troncos, paredes, paralelepípedos, tijolos de barro, ferrovias, fábricas abandonadas, vagões enferrujados, maçanetas... Há uma infinidade de interessantes tipos de texturas que, com um bom contraste, podem criar uma temática de grande plasticidade. É importante valorizar todos os detalhes, sabendo se posicionar em relação ao elemento a ser fotografado. A qualidade da luz é importantíssima para fotografar textura, pois é ela que vai dar relevância e nitidez.
- Linha - A linha é um referencial importante para trabalhar o espaço e conferir equilíbrio a uma foto. A arquitetura em geral, as linhas de uma rua, palmeiras, um grupo de cadeiras enfileiradas, uma grade... enfim. Há muitas possibilidades de se encontrar esse elemento de linguagem. Portanto, antes de apertar o botão de disparo, deve-se cuidar do enquadramento, feito com cuidado e criatividade.
- Corte - Uma boa definição de corte numa foto seria dizer que é a opção de enquadramento para criar imagens fora dos padrões consagrados. O corte, hoje, é uma tendência mundial. Muito usado em fotografias de moda, em retratos mais ousados, é fundamental para fugir do lugar-comum e, às vezes, para criar uma perspectiva dramática ou dar maior força a uma imagem. O corte está intimamente ligado ao que foi colocado em relação à linha: um corte vertical cria uma intenção ou sugestão de agressividade e "calor"; um corte horizontal insinua uma tendência de tranqüilidade e paz.
- Foco - Manejar corretamente o foco é essencial para destacar um assunto e isolá-lo de um fundo confuso, com elementos indesejáveis. Outra vantagem é a da própria estética. Em muitas ocasiões, pode-se arranjar melhor os elementos com a ajuda de uma boa focalização. Macrofotografia, paisagem, arquitetura e, principalmente, o retrato funcionam muito bem com o foco aplicado à linguagem. Há um exercício interessante que consiste em colocar alguém (ou alguma coisa) numa certa distância de uma outra. Fotografar o assunto em primeiro plano e, depois, o que estiver no fundo. Desta forma surge uma nova perspectiva para o uso do foco, que deve ser utilizado como aliado na concepção de um trabalho fotográfico.
- Congelamento - Uma corrida de cavalos, um jogo de futebol, um campeonato de skate, uma cena de tourada, um Grande Prêmio de F1... Estas são situações em que para evitar fotos "tremidas" usa-se a fórmula que, em linguagem fotográfica, é chamada de efeito de "congelar". Para conseguir isso, utiliza-se velocidades altas (acima de 1/250). Mas é fundamental ter muito cuidado com a fotometria.
- Efeito de movimento - O efeito de movimento é a outra face do efeito de "congelar". Se na foto com a cena congelada vale mais a informação (como é o carro, o cavalo, o jogador, o lance...), no movimento o que importa é o efeito artístico, agradável ao olhar. A foto do exemplo apenas sugere, sem mostrar tudo. Por outro lado, há informação o suficiente para o que interessa. Do ponto de vista de dificuldades técnicas, talvez seja o mais difícil de conseguir. Usam-se velocidades baixas, (menor que 1/60s), variável de acordo com a velocidade do objeto a ser fotografado. Uma menina numa bicicleta não tem a mesma dinâmica que um jóquei num puro-sangue... Também aqui se aplica a regra de "caçador de imagens". É bom esperar, com calma, o momento certo para disparar. Um bom treino é registrar assuntos não tão velozes, como pessoas fazendo cooper, andando de patins ou de bicicleta.
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